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16/01/2020

SEMA/DRH, Comitesinos e operadoras de abastecimento alertam para sinais do Sinos

Análises da água realizadas nos últimos dias revelam baixa saturação O2 que, combinada com baixo nível do rio e altas temperaturas, pode afetar a vida aquática

 

Com um regime hídrico historicamente pautado por menos chuva e maior consumo no verão, o Rio Grande do Sul está sob alerta de estiagem. Os índices pluviométricos insuficientes do final do ano e início de 2020 já começam a repercutir no nível dos rios da região, em especial o Sinos, cuja água tem apresentado baixa saturação de Oxigênio (O2). Atentos a essa situação, a SEMA/DRH, o Comitesinos e suas três entidades-membro responsáveis pelo abastecimento humano na bacia, Semae, Corsan e Comusa, indicam cautela e o uso consciente da água por parte da população, para garantir abastecimento sem prejuízos para todos.

 

De acordo com o agente de Tratamento de Água da Corsan Campo Bom, Neuri Rempel, que também representa a companhia no Comitesinos, análises da água realizadas na Estação de Tratamento de Água (ETA) do município, no início deste ano, chegaram a registrar 1,6 miligramas de Oxigênio Dissolvido (OD) por litro da água, valor bem abaixo do verificado normalmente, que gira em torno de 4 mg/L. Segundo ele, naturalmente em época de altas temperaturas e menor volume de água a concentração de OD costuma ser menor.

 

No entanto, os números apresentados indicam que é preciso atenção e racionalidade ao consumo e, acima de tudo, a qualquer movimentação anormal derivada de ação antropogênica no rio, que possa competir com os fatores já existentes. “As bactérias se alimentam de matéria orgânica, se proliferam e consomem o oxigênio da água”, explica. “Qualquer interferência humana nesse momento, como descarga de efluentes, por exemplo, pode extrapolar a capacidade de diluição do rio e comprometer a vida aquática”, destaca.

 

SÃO LEOPOLDO — Conforme a diretora de Operação do Semae e representante da operadora no Comitesinos, Viviane Feijó, assim como em Campo Bom, o nível de OD na água registrado nos últimos dias em São Leopoldo tem sido o mínimo registrado — de 1,8 ml/L, sendo que em média costuma oscilar em torno de 4,8 ml/L. O baixo nível do Sinos ao longo da bacia também está sendo sentido em Novo Hamburgo, onde a Comusa está lançando a campanha #fechaparapreservar, com  o mote “Nesse verão, o objetivo é economizar”, para conscientizar a população.

 

“Queremos não apenas garantir água em quantidade para todos, mas especialmente com qualidade”, ressalta a secretária-executiva do Comitesinos, Viviane Nabinger. Segundo ela, a ideia não é ser alarmista, mas entender os sinais que as análises da água estão oferecendo. “Estamos num período de pouca chuva, rio com nível abaixo da média e baixa saturação de oxigênio”, frisa. “Um indicador que todos devemos ficar muito atentos, monitorando quaisquer alterações, mas, especialmente, contando também com a ajuda da população no sentido de usar adequadamente a água e, acima de tudo, preservar o rio”.  

 

A situação geral da condição de estiagem no Estado e, em especial, na bacia hidrográfica do Rio dos Sinos desencadeou mobilização do governo gaúcho. Já nos primeiros dias do ano o secretário estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur de Lemos Junior, recomendou ao Comitesinos a constante atenção de modo a assegurar as condições para que o abastecimento de água das comunidades locais não corra risco, cabendo a aplicação do acordo entre os principais atores usuários da água em favor do atendimento da prioridade da população da região.

 

CONSUMO NO BRASIL

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa precisa, em média, de 110 litros de água para atender suas necessidades diárias de consumo e higiene. No Brasil, no entanto, estudos apontam que o consumo por dia, por pessoa, chega a 220 litros.

 

COMUNICAÇÃO COMITESINOS

Relacionamento com a imprensa

Jornalista Magali Schmitt

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