Av. Unisinos, 950 / Sala A01 8121
Centro Comunitário do Campus da Unisinos
Bairro Cristo Rei • São Leopoldo • RS
Fone: (51) 3590-8508

13/06/2019

Crotalária não combate mosquito transmissor da dengue

Leguminosa plantada em alguns municípios para supostamente atrair a libélula, predadora do Aedes aegypti, é tóxica e não tem a ação repelente

 

Buscando novas formas de combate à dengue, em alguns municípios gaúchos estão sendo plantadas sementes de crotalária — leguminosa originária da região nordeste que ocorre no Rio Grande do Sul por meio da distribuição de sementes para recuperação do solo. Considerada mais uma arma no enfrentamento ao Aedes aegypti —, o plantio vem ocorrendo com a expectativa de que a planta atraia um predador natural do mosquito transmissor da doença: a libélula. No entanto, a bióloga Suzete Schneider Nunes, parceira do Projeto VerdeSinos, alerta para a disseminação de informações equivocadas a respeito do assunto.

 

“As notícias que seguem sendo veiculadas nas redes sociais, internet, blogs e alguns jornais tratando do uso da crotalária como coadjuvante no combate à dengue são infundadas”, adverte. Mestre em Engenharia Civil e especialista em Fitoterapia e Cosmetologia, Suzete explica que além de não se tratar de uma planta repelente, a leguminosa também não atrai as libélulas e nem é carnívora. E, por fim, é uma planta de lugares ensolarados, enquanto o Aedes aegypti prefere espaços sombreados.

 

Para a especialista, a confusão talvez possa estar no fato de que “a maior parte do tempo a ninfa da libélula é aquática”, sendo neste estágio grande predadora de larvas de mosquitos, outros insetos e até pequenos peixes. A seguir, o acasalamento e a postura de seus ovos também ocorrem em meio aquático, tal como o mosquito. “As libélulas necessitam de água limpa e áreas maiores para depositar seus ovos, diferente do que ocorre com o mosquito da dengue, mais frequente em ralos de banheiros, bueiros, bromélias e pequenos locais com água”.

 

Planta tóxica — Além de não apresentar as características necessárias para combater o mosquito da dengue, a crotalária apresenta uma condição que deve ser observada com rigor. É considerada uma planta tóxica tanto para animais (abelhas, bovinos, ovinos, aves entre outros) como para humanos, através do consumo da carne ou leite de forma cumulativa, causando danos ao fígado. “Algumas espécies já foram associadas a quadros de insuficiência respiratória e hepática crônica e outras permanecem com sua ação indeterminada”, finaliza a bióloga.

 

De nome científico Crotalaria sp., a leguminosa é conhecida também pelo nome popular guizo de cascavel ou xique-xique.

 

Foto: www.segs.com.br

 

COMUNICAÇÃO COMITESINOS

Relacionamento com a imprensa

Jornalista Magali Schmitt

(51) 99972.3777

› Compartilhe este Post
Unisinos
Governo do Estado do Rio Grande do Sul