13/09/2013

Celebração chega ao Paranhana

“Não precisamos estar em um espaço fechado para meditar. Por ser até junto ao rio, já que nossa própria atitude perante a água é como a oração em um templo. Porque, se aquilo que a gente faz no templo não faz parte de nossa vida prática, então tudo não passa de uma encenação.” A fala, do músico Luís Nenung, marcou esta semana a terceira etapa da Celebração das Águas na Bacia do Rio dos Sinos, em Três Coroas. A movimentação ocorreu na tarde da última quarta-feira, com a participação de autoridades, professores e estudantes da cidade e também do município de Igrejinha.

O músico foi o único entre os representantes de religiões convidados a comparecer ao evento. Nenung também apresenta, em todas as etapas da Celebração das Águas, o espetáculo O Rio em nós, com exibição de imagens do fotógrafo Guto Maahs, do livro Rio do Sinos, o Sinuoso do Sul do Brasil.

ORIGEM

A movimentação começou no Centro Municipal de Cultura e terminou à beira do Paranhana. No auditório, a plateia teve estudantes dos dois municípios e a solenidade começou a entrada das bandeiras das duas cidades e do País. A mesa de honra no Centro de Cultura foi composta pelo presidente do Comitesinos, Arno Kayser, pelos secretários municipais de Educação de Três Coroas, Roque Werner, e de Igrejinha, Luís Carlos Trombetta. Além dos diretores das escolas-pólo locais do Projeto Dourado, Patrícia Helena Pires (Três Coroas) e José Lúcio Stein Barth (Igrejinha).

A solenidade teve ainda uma apresentação do grupo de danças trescoroense D´Momento, da Escola Municipal Cândido Rondon. Em seguida, nas falas das autoridades, os secretários municipais ressaltaram a importância do evento e da conscientização para a necessidade vital da água. Ambos também lembraram o privilégio de seus municípios contarem com um rio de águas ainda relativamente límpidas e que proporciona belas paisagens. E, justamente por isso, a necessidade das comunidades e governos estarem atentos à conscientização e preservação ambiental, principalmente a partir da educação.

Já presidente do Comitesinos falou sobre a essência da Celebração das Águas e lembrou sua origem, a partir da Romaria da Águas, iniciada nos ano 90 na Ilha Grande dos Marinheiros em Porto Alegre. A Romaria começou a partir de uma imagem de Nossa Senhora Aparecida resgatada entre os resíduos trabalhados por uma comunidade de catadores junto ao Guaíba. A partir daí, o culto se espalhou para as bacias que formam a Região Hidrográfica do Guaíba.

Arno lembrou que a movimentação se repete há 10 anos na Bacia do Sinos, onde é coordenada pelo Comitesinos, juntamente com os municípios parceiros do Programa Permanente de Educação Ambiental (PPEA). Atualmente, o PPEA conta com patrocínio da Petrobras e o objetivo da Celebração é sensibilizar as comunidades para a importância da preservação de mananciais, resgatando o sentido sagrado das águas como fonte de vida.

FECHAMENTO

A movimentação no Centro de Cultura fechou com o espetáculo O Rio em nós fez.  Em seguida, a plateia foi à pé até a beira do Paranhana onde foi coletada a amostra de água do município. A amostra foi misturada em um recipiente com a água levada do município de Igrejinha e os presentes em seguida fizeram uma oração, fechando a solenidade.

A próxima etapa da Celebração das Águas será no dia 3 de setembro, em Sapiranga (com Araricá). Depois virão ainda as etapas de Novo Hamburgo, no dia 13 de setembro (com Campo Bom), e de Estância Velha (com Portão), no dia 18. A cerimônia de Sapucaia do Sul (com São Leopoldo) será em 25 de setembro, e a de Canoas (com Esteio) ficou para 2 de outubro.

Depois de terminadas todas as etapas da Celebração, uma representação da Bacia do Sinos ainda deverá participar do evento de culminância da Romaria das Águas no Estado, dia 12 de outubro, na praia do Gasômetro, em Porto Alegre.